O berço do humor
O lugar onde nasce o humor é sempre negro: a claridade do riso na dobra assustadora de um reposteiro sinistro.
Belacqua, 23 de Outubro de 2005.
espaço de discussão e de reflexão sobre a melancolia, tanto como sentimento como enquanto atitude diante da contemporaneidade e da sua cultura.
5 Comments:
O humor biliar será também negro - mas o humor sanguíneo, nao será ele pardo? Quero dizer, num tempo em que falta o sangue, nao será o próprio frenesi apenas uma forma de acomodaçao às pregas daquele reposteiro?
Homor? Quer um exemplo de humor (negro?), Belacqua?
Então repare no estrago que você vem causando com alguns dos seus significantes e significados mais ... voláteis:
Só nesta página há quem se tenha perdido em furiosas confusões sobre colorações, há já quem sofra de encantamento indiscriminado e crónico (pede-lhe consulta via mail!), e há mesmo quem se encontre num preocupante estado de subnutirção poética. Já reparou?
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Diga-me, Belacqua, de que se alimenta o ego do melancólico? Parece-me que da mesma calda açucarada que tudo o resto.
Não leve a mal algum azedume meu, é apenas a bilis negra a corroer as ilusões. Afinal, tudo é apenas aquilo que é, no tempo em que é.
Cassandra
Certamente que o melancólico não precisa de bílis alheia a corroer-lhe as ilusões, nisso é auto-suficiente, a sua própria bílis já é sobejamente sulfúrica...
Não há blogue que não se alimente de uma vontade de exposição e comunicação, de um desejo mais ou menos vago de formar um público, de preferência entusiasta. Tendo isto por certo, que tal passarmos a questões mais interessantes, deixando de lado comentários verrinosos?
Afinal, o que é feito do humor? Fala-se das coisas, mas pretende-se ficar a uma distância segura? Tudo não passa de teorias nebulosas, de frases melodiosas e de palavreado engenhoso e sempre circular?
Antes de mais, quero desfazer um equívoco seu, caro anónimo: eu falava da Minha bilis e das Minhas ilusões; as do Belacqua não sei quais sejam, não o conheço.
Em segundo lugar, concordo com a "...vontade de exposição e comunicação ...", mas, assim julgava eu, "...sobre a melancolia, tanto como sentimento como enquanto atitude ...". Acho que quanto a essa expectativa, o equívoco já foi meu.
Apesar de a atitude crítica representar, para si, uma atitude "verrinosa", lamento repetir-lhe uma vez mais que, com excepção do primeiro comentário, nada do resto desta página ter a ver com o objecto proposto para reflexão. Mas aceito, isso sim, que a lisonja seja sempre uma questão mais interessante do que a crítica.
Estou desiludida. No humano, como já tinha dito, tudo é apenas aquilo que é, tudo é tão antigo, você, eu e tudo o resto somos cada vez mais humanos! Não será esta uma questão interessante? Já sei, só o será se você se puder excluir, tal como fala do humor, desde que você não seja por ele visado.
Cassandra
O homem é o único ser que ri de si mesmo e que cora. Corará de quê?
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